Buracos negros num coração congestionado.
introduction
Me pego transbordando ideias e sentimentos através das palavras. Meu eu verdadeiro se esconde por trás dessas linhas e eu continuo a escrever com o desejo de me encontrar algum dia. Durante a vida, os caminhos se cruzam. Quem sabe não só eu, como um você pode estar escondido sob as minhas palavras?
Os desafinados também têm um coração.
Esperando o trem que nunca veio.
Me encurto e me desdobro para tentar encaixar na realidade de quem não sonha. Nunca consegui.
Comentários geram sorrisos.
Eu quero ler você também:
Confissões que me silenciam
sábado, 27 de novembro de 2010 @ 11:15
À garota que senta e lê seu livro só no sofá do canto da livraria,
Passei meses observando você. Passei semanas pensando em como lhe entregar minhas divagações sem que descobrisse a minha identidade. Deveríamos conhecer as pessoas assim: de olhos fechados, mãos atadas e coração aberto.
Percebi como as pessoas com as quais você esbarra no caminho delicado da livraria até a pequena cafeteria te recebem gentilmente, sorrindo e pronunciando seu nome (pequena nota de rodapé: sei que a inicial do seu nome é a letra "A", a mesma primeira letra de amar ou de armadilha) e percebi como todas elas te tratam como se você fosse feliz, satisfeita, completa. Mas sinto nas nuvens que pairam sobre seu belo e felino par de olhos que não é este o compasso da sua realidade.
Suas feições e o jeito como você pisca os olhos e morde o lábio inferior quando sorri - como se fosse conter uma explosão de artifícios, estrelas cadentes e cometas - demonstram o quão sonhadora tu és. Quer transformar o mundo de um jeito que sua órbita mude de direção.
Esta é uma das primeiras de muitas confissões que entregarei secretamente a você:
No momento em que eu me aprofundei na sua existência - forte na sua indecisão e plena em suas metamorfoses - senti meu coração bater pela primeira vez em quinze anos.
Da garota que conversa com as estrelas.