Buracos negros num coração congestionado.
introduction
Me pego transbordando ideias e sentimentos através das palavras. Meu eu verdadeiro se esconde por trás dessas linhas e eu continuo a escrever com o desejo de me encontrar algum dia. Durante a vida, os caminhos se cruzam. Quem sabe não só eu, como um você pode estar escondido sob as minhas palavras?
Os desafinados também têm um coração.
Esperando o trem que nunca veio.
Me encurto e me desdobro para tentar encaixar na realidade de quem não sonha. Nunca consegui.
Comentários geram sorrisos.
Eu quero ler você também:
Bagagem Emocional
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011 @ 18:47
Eu tentei encaixar meu passado em todo o espaço que me apareceu: meu estômago rejeitou, não digerindo o conteúdo agridoce; meus olhos fizeram-se de cegos, ignorando a ausência de cor; minhas mãos se fecharam, rejeitando o conteúdo altamente áspero; meu coração palpitou rapidamente, tentando fugir daquilo que uma vez o machucou.
É assustador concluir que obstáculos pelos quais nós já passamos – de jeitos tortos ou mal feitos, não importa, – conseguem ter o poder de retornar a nos assombrar, como se fossem a esquina que acabamos de passar ou o aroma da padaria que acabou de voar por aqui. E eu fico me perguntando se somos nós mesmos, de um jeito completamente inconsciente e humano de agir, que impedimos do nosso barquinho fluir com a felicidade. Parece que emperra, que fura, que transborda e não consegue prosseguir.
Eu vou à estação e me sento num banco qualquer. Os metrôs passam o dia inteiro, sem falta. Em alguns horários completamente vazios, como se fossem para à Frustração. Já em outros, transbordando de gente em tudo quanto é canto, quase como se estivessem levando à Plenitude. E isso me faz encarar a minha vida e pensar: o metrô nunca vai parar de passar. Eu posso perder um, mas depois de um tempo, outro vai me aparecer. E não importa aonde ele irá me levar e com quem irei esbarrar, eu sempre terei o controle de saltar daquele lugar, de me despedir daquelas pessoas e recomeçar.
É assustador concluir que a única pessoa da qual você nunca poderá fugir – por mais que se esforce – é você mesmo. Quanto mais a gente corre para se esquecer, mais memórias chovem e nos molham com a realidade gelada de que o escape não existe, não existiu e não existirá. É como se perder numa enorme seção de supermercado e não conseguir encontrar a saída.
Se eu pudesse dar um conselho para o mundo, ele seria: Não siga conselhos, siga a sua intuição. Seguir o trilho dos outros é pra segundo vagão de trem.